segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Crônica: Sonhos de um céu estrelado








Será que os sonhos, realmente tem algum significado?
Eu nunca parei para analisar qualquer sonho que eu tive, nem olhar em mapas astrológicos sobre seus significados e afins. Sempre tive sonhos muito estranhos, que para mim, eram simplesmente normais. 


Mas esse sonho... Me deixou intrigada! 
Não era um sonho, como outro qualquer. 
Era sublime, e ao mesmo tempo sombrio. 


Como se tivesse ressurgido diante dos meus olhos uma estrela cadente... E em meio à névoa do meu subconsciente, eu conseguia ver as linhas irregulares de um rosto perfeito, que parecia ser esculpido pelo melhor escultor da Grécia Antiga, seu corpo era reluzente, como milhões de estrelas cravadas por toda a parte. 
Não conseguia ver onde eu estava, acho que era em algum tipo de floresta, ou talvez em um campo aberto, tudo era tão escuro e frio, as únicas coisas nitidas, era o céu estrelado e ele, pairando defronte dos meus olhos. Cada vez que eu chegava mais próximo, meu coração tinha leves espasmos, parecia que meu pulmão estava sendo pressionado por uma barra de ferro invisível e gradativamente, eu perdia o ar. Tudo o que eu mais queria, era apenas lhe tocar.


- Ei, você é a única coisa que eu posso ver aqui. Seu corpo brilha, e tudo ao seu redor brilha também. Não se afaste de mim!


- Você tem medo da escuridão? 


Eu queria ser corajosa suficiente pra responder um "Não, eu não tenho medo!". Mas a única coisa que meus lábios conseguiram pronunciar foi:


- Sim. Ma-ma-mas com você perto de mim, todo o meu medo desaparece. - Eu balbuciava, era estranho dizer isso. Eu não era o tipo de pessoa, que demonstrava meus sentimentos, logo a primeira vez... E à um estranho desconhecido. Mesmo sendo ele, a perfeição em carne e osso. Não saberia dizer se ele era de carne e de osso, mas sua presença era tão real, que eu podia sentir seu cheiro junto com a brisa gélida, sua essência era como bálsamo.


- Não é da escuridão que você tem medo. Mas medo de 
estar sozinha, na escuridão. - Sua voz era tão doce e melódica, soava como uma orquestra, afinada com seus 
melhores instrumentos musicais. - Eu estou com você agora, sempre estive... E se você me permitir, a partir de agora, você não precisa ter mais medo da escuridão, ou de qualquer outra coisa. 


Era confuso, tudo parecia tão confuso e sem sentido. Como assim? "Sempre esteve comigo". Garanto que eu teria percebido. Qualquer pessoa, em sã consciência teria percebido a presença deste ser, incrivelmente, exageradamente, extremamente perfeito! 


Ele começou a sorrir.


- Você parece estar um pouco confusa agora. Não se preocupe, eu vou explicar tudo aos poucos e com calma. No início, tudo parece ser sem sentido... Mas eu vou estar aqui, sempre pra o que você precisar.



- E como eu vou poder te encontrar novamente? - Eu não queria perder ele de vista, eu me sentia leve e aquecida toda vez que eu dava mais um passo à frente. Ele era como meu sol particular. 



- Você vai saber onde me encontrar...




Escrito por: Mari Bürge L.

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